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JORNAL CRUZEIRO DO SUL        

Espaço Empresarial

29/11/2013

Canteiro de obras oferece boas oportunidades

Acostumada a ouvir a filha Stefanie referir-se ao seu trabalho de forma brincalhona, Rosinéia Rodrigues, 34 anos, afirma ter visto seu salário quase dobrar, após abrir mão da função de auxiliar de limpeza e pisar de vez num canteiro de obras. “Minha mãe é pedreira”, é a frase da filha. A oportunidade de trabalhar na fase do acabamento com rejunte e limpeza foi abraçada há cinco anos, por ela e pela amiga Maria Albanir Nascimento Silva, 36. Ambas começaram numa empresa até então pioneira em recrutar mulheres para trabalhar em obras.

“Treinamos para começar e agora  a gente praticamente ensina o serviço”, explica.

A empresa tem 12 profissionais e presta serviços em Sorocaba e região, Rosinéia, assim como Maria Albanir, tem dois filhos: Stefanie, 16, e Robert, de 11. Já Maria é mãe de Bruna, 16 e Daniela, 6. Maria Albanir não terminou o Ensino Fundamental – parou na 7ª série - , mas trabalhou como empregada doméstica, babá, recepcionista e até secretária.

“Meu marido não queria que trabalhasse em obra. Ele é pintor.”Rosinéia enfrentou pouco a resistência do marido, pois com um ano de serviço separou-se e, com isso, viu aumentar sua responsabilidade, pois tinha dois filhos. “ Ele era coletor de lixo e agora está na construção civil também.”

Ana Paula dos Santos, 23, é a mais jovem e funcionária mais nova da equipe. Mãe de Victor, 6, e de Alisson, 2 anos. Ana é solteira. Para atender os filhos ela conta com sua tia. Há três anos ela encara a rotina “cansativa” dos canteiros de obras, e explica que o único emprego até então havia sido de balconista em padaria. “Era muito puxado. Trabalhava de segunda a segunda. Entrava ás 7 da manhã e ia até às 5 horas da tarde”, reclama. Mesmo tendo concluído o Ensino Médio, ela afirma não ter pretensões de buscar outra colocação no mercado. “É cansativo, mas eu gosto desse trabalho”, garante.

O tempo fez com que Maria Albanir e Rosinéia acostumassem e até aprendessem a gostar da atividade, afirmam.

“Pensei em fazer o curso de azulejista”, confessa Rosinéia. Ana Paula explica que o serviço é tranquilo, mas às vezes é preciso até carregar entulhos. ”Muitas mulheres começaram, mais desistiram no primeiro dia”, acrescenta. Em algumas obras a equipe chega a permanecer um ano. Hoje atuam pela JNK, Maria Albanir afirma não ter sido desrespeitada em nenhuma obra que tenha atuado. Alguns empreendedores, inclusive, instalam banheiros privativos ao contratar os serviços da equipe feminina, observa.